SÉRIE ANTÁRTICA: 02

18:21

 OS NAVIOS QUE FAZEM PARTE DA HISTÓRIA

   



Além do NApOc "Barão de Teffé", nas Operações Antártica I a V, houve a contribuição do Navio Oceanográfico (NOc) "Professor Wladimir Besnard", da Universidade de São Paulo (USP), no qual se desenvolveram importantes trabalhos nos campos da meteorologia, da oceanografia física e da biologia marinha. 

Nas Operações Antártica V e VI, um outro navio da Marinha do Brasil, o NOc "Almirante Câmara", executou trabalhos geofísicos na área do Estreito de Bransfield, Passagem de Drake e Mar de Bellinghausen.  
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Até a Operação Antártica XII (verão de 1993-94), uma preocupação da comunidade científica nacional estava centrada na ausência de um navio de pesquisa capaz de transportar os cientistas e seus laboratórios para regiões distantes da Baía do Almirantado e ainda não estudadas.
https://www.mar.mil.br/secirm/img-pro/paragrafo.pngPara atender a essa necessidade, a Marinha do Brasil decidiu adquirir, em 1994, o navio polar norueguês "Polar Queen", construído em 1981 e submetido a um processo de "Jumborização" em 1986, recebendo o nome de NApOc "Ary Rongel". O novo navio, que substituiu o NApOc "Barão de Teffé" a partir da Operação Antártica XIII, opera helicópteros de pequeno porte, transporta 2400m3 de carga e está dotado de laboratórios para pesquisas nas áreas de oceanografia física e biológica e meteorologia.
https://www.mar.mil.br/secirm/img-pro/paragrafo.pngEm virtude da crescente demanda científica na Antártica, em fevereiro de 2008, o Presidente Luis Inácio Lula da Silva, por ocasião de sua visita ao continente antártico, decidiu pela obtenção de um navio para, juntamente com o Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel”, apoiar as pesquisas brasileiras no continente gelado.

https://www.mar.mil.br/secirm/img-pro/paragrafo.png O Navio foi adquirido por meio de Convênio assinado em 2008, entre a MB, a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (FUNDEP).
https://www.mar.mil.br/secirm/img-pro/paragrafo.pngAssim, em 03 de fevereiro de 2009, foi incorporado à Marinha do Brasil o segundo navio dedicado às Operações Antárticas: o Navio Polar Almirante Maximiano, na cidade de Bremerhaven, Alemanha.

https://www.mar.mil.br/secirm/img-pro/paragrafo.pngAntigo “Ocean Empress”, o navio foi convertido em navio pesqueiro (“Stern Factory/Processing Trawler”). Nesta ocasião, obras de grande vulto foram executadas, a ponto de ter sido preservada apenas a quilha como parte original. Devido a este fato, segundo a Classificadora Lloyds Register, conforme comunicado desta Sociedade datado de maio de 2007, o ano de 1988 é considerado, na prática, o seu novo ano de construção.
https://www.mar.mil.br/secirm/img-pro/paragrafo.pngO “Almirante Maximiano” opera com aeronaves UH-12/13 (Esquilo) e IH-6B (Bell Jet Ranger) e tem um hangar climatizado, com capacidade para acomodar 2 helicópteros. Foram instalados 5 laboratórios, sendo 2 secos, 2 molhados e 1 misto, os quais abrigam os mais modernos equipamentos para o desenvolvimento de projetos científicos no ambiente antártico.
https://www.mar.mil.br/secirm/img-pro/paragrafo.pngAtualmente, há acomodações para 106 pessoas, sendo mais de um terço destinado à comunidade científica e  há um amplo passadiço com sistema de cartas eletrônicas (ECDIS), sistema de aquisição automatizada de dados hidroceanográficos, AIS e cinco estações de controle dos propulsores do Navio, de onde se pode atuar nos 2 eixos com HPC, 3 bow thrusters e 1 thruster azimutal existente na popa.
https://www.mar.mil.br/secirm/img-pro/paragrafo.pngCabe ressaltar que ambos os navios são operados e mantidos pela DHN, por intermédio do Grupamento de Navios Hidroceanográficos (GNHo) e com a supervisão técnico-científica do Centro de Hidrografia da Marinha (CHM).


100 anos - Força de Submarinos - Viva a flotilha de Submarinos!

14:20

Palavras do Contra-Almirante
MARCOS SAMPAIO OLSEN
Comandante da Força de Submarinos


Em 17 de julho de 1914 era criada, por decreto do Exmo. Sr. Almirante Alexandrino 
de Alencar, a Flotilha de Submersíveis, ficando subordinada administrativamente ao então 
Comando da Defesa Móvel do Porto do Rio de Janeiro. Em 1928, foi alterado o seu nome para 
Flotilha de Submarinos e, por fim, no ano de 1963, denominada Força de Submarinos. 
Esta secular Organização Militar singrou uma existência de densa e efetiva evolução 
na operação e manutenção de variadas classes de submersíveis e submarinos, logrou assimilar o 
controle das atividades de escafandria, mergulho saturado, mergulho de combate, socorro e 
salvamento de submarinos sinistrados e medicina hiperbárica e, ainda, a formação, o 
aperfeiçoamento e a especialização do seu pessoal, acumulando conhecimento e desenvolvendo 
capacidade própria de emprego da arma. 


O avanço tecnológico observado no desenrolar da Primeira Guerra Mundial propiciou 
profunda transformação no submarino. O submarino não mais se confinava ao papel defensivo, 
afirmara-se como arma dissuasória por excelência. As Ações de Submarinos exploram a 
capacidade de detecção passiva e poder de destruição deste meio naval e concorrem para a 
consecução das Tarefas Básicas do Poder Naval, sendo a negação do uso do mar a que hoje 
organiza, antes de atendidos quaisquer outros objetivos, a estratégia de defesa marítima do 
Brasil. Tais Ações podem ser atribuídas a qualquer submarino de ataque, convencional ou 
nuclear, armado com torpedos e/ou mísseis táticos e minas. O confinamento da tripulação em 
espaços reduzidos e o exercício de atividades de risco por tempo prolongado constituem fatores 
relevantes. 
O mergulho, por sua vez, teve sua expansão fortemente associada ao salvamento e ao 
emprego militar. O desenvolvimento mais necessário compreende aumentar a capacidade do 
mergulhador de permanecer submerso e em condições de realizar trabalho. O mergulho de 
combate emprega técnicas operacionais não usuais em ambientes litorâneos e ribeirinhos. O 
sigilo, a rapidez, a surpresa e a agressividade são características essenciais para o êxito no 
exercício desta complexa atividade. 
No que concerne à medicina hiperbárica, a Marinha do Brasil, por meio da Força de 
Submarinos e de seu sistema de saúde, é reconhecida como a entidade no País mais antiga e 
tradicional de realização e referência neste tipo de área de atuação médica, com aplicação 
intensiva em acidentes específicos de mergulho que necessitam de tratamento recompressivo 
para tratar doenças descompressivas e embolia traumática pelo ar. 
A Força de Submarinos é, pois, morada da abnegação, da devoção extrema, do amplo 
sacrifício em prol do aprestamento adequado ao cumprimento de sua destinação. Sua trajetória 
centenária está marcada por sobrepujar desafios e aí reside o que nos credencia a absorver a 
preparação e a capacitação requeridas para operar o primeiro submarino com propulsão nuclear 
projetado e construído no País, por brasileiros. 
Viva a flotilha de Submarinos! 
“USQUE AD SUB ACQUAM NAUTA SUM” 
(Somos Marinheiros até debaixo d’água) 
MARCOS SAMPAIO OLSEN 
Contra-Almirante 
Comandante

14:15